Controlar as emoções pode ser um “desejo” de muitas pessoas, pois pensam que poderiam eliminar o sofrimento emocional e experimentar apenas emoções positivas. No entanto, as emoções desempenham um papel fundamental na vida das pessoas. Portanto, a resposta para a pergunta “por que não consigo controlar minhas emoções?” é que não é possível eliminar ou controlar absolutamente emoções dolorosas sem prejudicar o ser humano. O importante seria aprender habilidades que pudessem alterar sua duração e intensidade. Todos os seres humanos compartilham as mesmas emoções, mas o contexto que as desencadeia, assim como a intensidade e a frequência de cada emoção, varia consideravelmente entre indivíduos.
Em poucas palavras, são o impulso para respostas comportamentais selecionadas ao longo de períodos evolutivos extensos, funcionando como um plano de ação inato (Coleman, 2019). São úteis para escapar ou agir diante de situações de risco à vida, e por vezes induzem o indivíduo a reações no ambiente social e físico. Exemplos dessas inclinações biológicas são raiva, medo, felicidade, amor, surpresa, nojo e tristeza, conhecidas como respostas incondicionadas, selecionadas filogeneticamente para que o corpo responda adequadamente a estímulos, sendo posteriormente condicionadas ontogenética e culturalmente (Skinner, 1981).
O aumento da variedade de emoções permitiu, por um lado, a regulação emocional e, por outro lado, uma maior amplitude de escolha para a sobrevivência humana, adaptando-se às necessidades do ambiente de maneira flexível em vez de reagir automaticamente. A autorregulação emocional consiste nas habilidades que os indivíduos adquirem para identificar, nomear e agir em relação a seus próprios sentimentos e aos dos outros (Goleman, 2006).
Assim, podemos considerar que nem todas as pessoas têm uma “doença mental” apenas por experimentar emoções negativas; muitas vivem, ou viveram, em contextos que não sustentam comportamentos saudáveis. Apesar da autorregulação emocional ser possível, colocá-la em prática depende de várias variáveis, tornando-se uma demanda recorrente na psicoterapia para minimizar os efeitos de comportamentos problemáticos nas relações. No ambiente terapêutico, o psicólogo avaliará e selecionará intervenções com maior probabilidade de efetividade e menor custo emocional para o indivíduo que busca melhorar a si mesmo e para os outros que convivem com ele.